quinta-feira, 13 de junho de 2013

Parto


Alguns textos parecem filhos: várias tentativas, nove meses pra gestar, uma dificuldade pra parir e no final ainda podem nem prestar...

12 de junho



Ontem eu desejei flores, algumas palavras e um beijo apaixonado
Eu quis vinho, brinde e juras de amor
Sonhei com algo romântico e que custasse apenas boa vontade
Confesso que esperei uma canção, um luar e um botão
Mas, tudo foi em vão

Tive que me contentar com Feliz Dia dos Namorados direto do vaso
Um dia inteiro sozinha
E um jantar nada convencional

Então, o que me restou foi invejar declarações de quem eu menos esperava
Me emocionar com o amor dedicado a outros
E quase querer trocar de namorado!

Sempre dúvidas


Ultimamente tem sido difícil
As palavras gritam, mas quase nunca explodem
Se perdem, divagam e não se formam
Agora tudo se passa aqui dentro

Não consigo mais me explicar
Achar um veredito que satisfaça
Nem mesmo que me aquiete a mente

Sinto-me fraca, confusa
Tentando me acostumar, me acomodar
Só percebo um movimento inconsciente de anulação
Do que realmente sou e desejo

Só enxergo dúvidas
Inquietações da alma
Que não sabe se pede muito ou se satisfaz com pouco

Sempre quis chegar onde estou
E acho que vivi minha vida inteira esperando esse momento
Mas, não sei mais se esse é o meu lugar
Não tenho certeza se esse é o fim que eu quero

Confesso que sonhei com palavras, carinhos, gestos, surpresas e flores no jardim
Desejei sentimentos intensos, gargalhadas, velas, vinhos, amor, paixão
E até pedidos de perdão
Mas, parece que o que consegui foi apenas algo raso, machucado, traumatizado e sem disposição

Não tenho culpa do passado
Não trago quase nada comigo
Então porque tenho que simplesmente ajudar a carregar tanta bagagem?

Às vezes dá vontade de dizer chega
De partir sem deixar aviso
De recomeçar em outra estação, outro porto, outra vida
Me sinto cansada de tanto esforço e pouco resultado
Fadigada de tanto desejar que a vida dê uma aliviada

Sempre tive que lutar tanto
Nada me veio de graça
E apesar de dizerem que isso tem mais valor
Eu só queria que pudessem existir bônus-extras

O que me deixa intrigada
É que obviamente existe um outro lado
Que parece perfeito
Mas, não o suficiente aos olhos do meu desejo

São as dúvidas que me matam
A falta de uma certeza que me prende
A sensação de que eu só enxergo um palmo me atormenta
A suspeita de que amanhã ao menor gesto de Morfeu tudo isso se repreende
Me enlouquece e me deixa perdida de amor
São contradições que me sufocam e me matam em meus próprios desejos

Ao final, mesmo com todo o parto de palavras eu continuo em partes
Achando tudo questionável
Duvidoso e até delituoso, visto que eu sou quase a única culpada

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Sobre a minha confusão...




Tenho que confessar que errei
Misturei sentimentos
Me precipitei, falei o que não devia
E magoei quem menos merecia

Essa minha confusão precisa de simplificação
Até parece que tenho medo de ser feliz
Por isso fico buscando no passado motivos para a minha insatisfação
Que nem sabe ao certo porque ainda existe

Fico botando defeitos, procurando meios para me autossugestionar
De que isso não é bem isso que eu quero
Mas, é sim! Está na minha frente, claro feito água...
E eu insisto em idealizar um conto de fadas que nunca existirá

Fico buscando a perfeição através de retalhos do passado
Um pouquinho daqui, outro dali
Que não dão forma a nada
Só à insatisfação do meu imaginário

Chega! Não quero olhar mais para trás
Se o passado fosse o ideal eu teria ficado por lá
Se o destino me fez seguir em frente foi porque eu precisava conhecer gente
Que me fizesse entender que a vida é real

Agora cá estou eu, sentada, estupefata
Cheia de erros, defeitos e arrependimento por ter falado demais
Com medo de crescer, amadurecer
E de entender que os pecados são meus e não dos outros

Fui eu que lutei até conseguir e depois não soube o que fazer com o prêmio
Fui eu que tornei tudo possível e cansei do resultado
Fui eu que não soube valorizar o alazão que foi domado e caiu de amores pela dama

A culpa é minha, toda minha!
Eu sempre apontei todos os dedos e esqueci de me ver no espelho
De uma forma egoísta sempre quis enfrentar desafios e viver com emoção

Mas, o que acontece de verdade é que eu esqueci que o dia a dia é uma batalha que precisa ser valorizada
Que a conquista de cada beijo de boa noite é um desafio
E que manter a chama acesa tem muito mais graça do que o sonho que me prendia

Então, hoje, agora, nesse momento
Eu rompo com todas as barreiras
Me despeço do passado
E escondo o livro da cinderela

Adeus! Vou desembrulhar o grande presente que Deus me deu
Eu não volto mais! Não sou mais caranguejo, apesar de continuar canceriana
Vou seguir olhando para frente, dando um passo de cada vez
Assumindo minhas fraquezas, mas amando
Amando, amando, amando muito minha nova morada
Que me faz estar bem resolvida aqui dentro

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Queria




Queria mais alegria
Menos cara amarrada
E riso fácil

Queria mais serotonina
Menos mau humor
E bastante espontaneidade

Queria mais dias
Menos noites
E poucas nuvens

Queria mais música
Menos televisão
E uma quantidade considerável de arte

Queria mais paixão
Menos desânimo
E grandes doses de confiança e autoestima

Queria mais fé
Menos dúvidas
E ajuda para carregar os pesos

Queria mais cores
Menos cinzas
E o final do arco-íris

Queria mais carinho
Menos reprovações
E muitas declarações de amor

Queria mais vida
Menos perca de tempo
E soluções imediatas

Queria muito mais de mim
Menos lamento
E alguma ação

Queria muito mais sorte
Menos provações
E alguns prêmios de bandeja

Queria muito mais moleza
Menos comparações
E que as portas se abrissem com sutileza

Queria muito mais felicidade
Menos espera
E um tantinho de astúcia

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sobre a preguiça




Eu tenho preguiça de falar
É... de falar!
Já viu disso?
Vou tentar explicar...

Acho que tenho um sistema parecido com esses tecnológicos
Que economizam energia
Então, de vez em quando entro em “modo de espera”

Posso ficar assim por horas
Quem sabe até um dia inteiro
Simplesmente sem vontade de falar
Sem vontade de emitir opinião ou responder algo

É como se me reservasse nos meus pensamentos
E achasse todo o resto desinteressante
Ao ponto de não merecer uma palavra minha

E me irrito quando as pessoas insistem em conversar
Nesses casos eu só murmuro ou monossilabo
Para manter a “boa” educação

Não adianta forçar
É só me deixar recarregar as baterias
Que eu volto a achar as piadas sem graça um pouco interessantes
E a balbuciar uma frase inteira
Chegando até a me estender em um diálogo

Já está bom né?
Estou ficando cansada de digitar
Que pra mim é um quase falar
Aproveite essas minhas palavras
Porque não é todo dia que as dou de graça

5,4,3,2,1,0....
Mode off!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O amor que se transforma



Sempre acreditei em verdades que eu mesma criei
E hoje tenho fé mais ainda em uma delas
Na máxima de que o amor não morre, apenas se transforma


Tenho no meu coração um espaço bem aconchegante
Cheio de calor e carinho para as pessoas especiais
Para aquelas que eu amei pela história, companheirismo
Pelo riso, juras, momentos, conversas, vida e experiências compartilhadas


Tem gente que simplesmente passa
Deixa uma lição, um aprendizado, uma boa lembrança
E segue seu caminho


Mas, tem pessoas que a gente continua amando
De um jeito meio inexplicável, de uma maneira meio boba
Feito criança que se apega a um brinquedo e não quer largar


São essas pessoas que fazem a gente olhar para trás
E agradecer por ter vivido, por ter se entregado, por ter amado
São exatamente essas que fazem a gente sorri no meio da tarde
E ficar contente por ter notícias de felicidade


Pensei que eu era louca, estranha, por guardar tanto amor em mim
Mas, descobri que tem mais gente assim
Que simplesmente ama com a alma


E pra você que ama como eu
Dedico esse poema
Cheio de alegria
E de certeza que o amor não morre
Apenas se transforma!





segunda-feira, 20 de agosto de 2012

E... casei

É verdade, eu casei. Quer dizer, não foi como sonhei. Ainda não teve o “Felizes para Sempre” do padre, nem festa, muito menos bem casado. Mas, teve mudança, escovas de dente juntas, roupas dividindo o mesmo espaço e principalmente muito amor compartilhado. Ainda estão nos planos o juiz de paz e um churrasco. Isso tudo para março. Mas, por enquanto a gente vai vivendo assim, comemorando cada tijolinho que vai alicerçando a relação. E essa história de estar casado significa muito trocar o sábado no salão pela faxina, as saídas por filmes, baladas por dormir abraçado. Representa ver dúvidas virarem escolhas e certezas, ficar feliz por comprar televisão nova, sofá e mesa de sinuca. Se sentir completo por simplesmente acordar com seu amor ao lado. Casar é compartilhar, dividir, somar, multiplicar. É começar a pensar por dois. Se sentir realizado pela alegria do outro e entrar em comunhão de almas. Então, sim, estou casada. Muito bem casada, abençoada e feliz. Porque estou realizando meu maior sonho. Tenho o melhor marido do mundo, o amor mais bonito e todos os motivos para acreditar que Deus nos uniu pra ninguém separar.

3 letras

Queria não sentir culpa, nem pena, nem medo de estar sendo egoísta por ter tomado decisões e feito escolhas. Eu precisava olhar pra mim, agarrar meus sonhos e viver minha vida. Afinal, você nunca foi tão atencioso assim para notar uma tristeza, uma decepção ou lágrima que tenha me feito rir ou chorar. Você sempre ficou longe, cobrando uma atenção e carinho que não soube dar. Permaneceu distante quando mais precisei e eu fingi que não me importei, continuando no meu lugar. A verdade é que minha vida toda eu esperei você perguntar como ia a escola, se eu estava namorando ou ia casar. Por muito tempo desejei que você questionasse como tinha sido meu dia, se eu tinha me aborrecido ou comemorado. Ao contrário do esperado, você acabou com tudo, abusou da minha confiança e veio me pedir pra consertar. Mas, também como exigir algo que a pessoa não tem para dar. Talvez conselhos, colo, atenção e um pouco mais de preocupação não façam parte do seu repertório. Ainda por cima acho que a culpa é minha, que tenho que prezar pelo seu bem estar, ocupar sua solidão e pedir perdão. Mas, perdão pelo quê? Por ter seguido meu destino e procurado satisfazer meus anseios. Não tenho culpa de nada, muito menos da parte em que Deus, a vida, ou quem quer que decida tirou nossa base sem deixar explicações. Talvez tenha que ser assim. Eu como sempre pela metade, parte feliz, parte em partes. No fundo você até já fez o melhor por mim quando me deu meu anjo, que me guia, me rege e me guarda. Já que não tem outro jeito vou fechar os olhos para ver se escuto conselhos, perco o medo e aprendo a viver toda feliz.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dando um tempo



Dei um tempo
Cansei de falar de mim
Acho que as pessoas
Não têm mais que me agüentar

Dizer mais o que?
Que eu ainda tenho os mesmos problemas
As mesmas questões mal resolvidas
De toda uma vida

Basto eu sufocada!

Bloqueio



Estou com um bloqueio de palavras
Que ainda não sei explicar
Me faz falta
Poder expressar
Essa agridoce agonia

Tudo me foge à mente
Até o destempero de antigamente

Sinto tudo contido, calado
Esperando um espaço
Para poder ser disparado

Me afastei um pouco de tudo
Até dos desabafos
Acho que cansei
De tanta repetição
Enfadei de mim

Sinto vergonha
De não ter conseguido resolver os problemas
Que quase sempre me custaram tão caro

Atualmente prefiro sentir a vista escurecida
A tontura que toma conta
O medo que acha brecha
E o mal estar que por vezes impera

Talvez isso seja um pedido de socorro
Uma forma de dizer: chega! Não agüento mais!
Eu já esperei o bastante para que ficasse tudo bem
Mas, sempre tem um porém

Não é nada disso não
Sou só eu de novo
Tentando usar as velhas amigas
Para ser compreendida

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Gerundiando


Venho achando
Que eu mesma posso me curar
Da maioria das supostas tristezas
Que meus vãos pensamentos
Insistentemente permitem ser minhas

Surjo aprendendo que o tempo é outro
Tanto pra comemorar, quanto para esperar
Sorrir ou chorar
E não importa quanta pressa a gente tenha
Tudo demora o quanto tem que demorar

Ando descobrindo
Que realmente não adianta
Esperar que alguém nos carregue
É preciso ter força para andar com as próprias pernas
E às vezes seguir um caminho um tanto quanto solitário
Para alcançar o equilíbrio desejado

terça-feira, 19 de julho de 2011

Distante



Já faz um tempo que venho tentando me explicar
Buscando entender o motivo de tanto lamento
Parece que tudo foi triste
Que apenas de sofrimentos me alimentei
Tanta dor, tantas imagens negativas
Que se formam pelas palavras
Que pareço uma vítima de mim

Não foi sempre assim
Tiveram momentos lindos
Que continuo sem saber como contar
Mais uma vez me vejo tentando elucidar
O que nunca soube parafrasear
Mas, não lastime
Não fui tão triste assim
É que sempre senti cada gota de orvalho
Como o prenúncio de uma tempestade

Esses sentimentos
Por hora parecem que nem foram meus
Lembram um passado muito distante
De um filme em preto e branco
Gravado com outro personagem que não eu
Mas, estreei com certeza
Fiquei em cartaz várias temporadas
E foi essa enseada que me transformou em borboleta

Um novo olhar



Estou aqui pensando em tudo que já me passou
No que desejo pra amanhã, e pra depois de amanhã
Nas pessoas que por minha história transitaram
De como tudo já foi tão fácil, difícil
E na maneira com que a vida se transforma a cada instante

Observando como sempre fui desproposital e desproporcional
Mas, com muita verdade
Lembrando de todas as vezes que senti
O amargo do meu paladar ressaqueado
E de cada vez que entreguei-me à fiapos de sentimento
Que passariam logo na seqüência
Da minha fase de imensidão catastrófica

Sempre fui tão profunda, densa, imersa
Que me esqueci de ver tanta coisa boa
E acabei perdendo o tempo de escrever
Belos versos estilizados sobre todo esse aprendizado
Só consegui até agora contar o quanto doeu
Mas, quase nunca consegui narrar o que depois se sucedeu

Não sei se mudei tanto assim
Talvez apenas a forma de ver que não adianta morrer
A cada problema que a vida nos impera transmutar
É que também hoje tenho um amor sadio
E isso me faz suportar de forma inimaginável
Tudo que antes me fazia penar de forma tão lânguida

Acho que fui me reparando por dentro
E as aflições começaram a se passar aqui fora
Antes o que eu não entendia
Era a mim mesma
Não suportava meus pensamentos confusos
E meu eterno sofrer repercussivo
Que sempre voltava para o mesmo ponto de partida

Atualmente o que me preocupa
São coisas reais que tenho que dar conta
É não saber lidar com as mudanças provenientes das perdas
E o fato de não conseguir ainda alcançar um equilíbrio emocional
Para lidar com essa vida de adulto
Que não pára um dia para que eu volte para o meu quarto escuro
Onde tudo que eu temia eram os pesadelos

Talvez hoje o fardo seja ainda mais pesado
Pois não sou só eu que dependo de mim
Mas, sigo pedindo força para evoluir
E olhando para os lados sempre
Vendo o verde da natureza, as cores da felicidade,
E os sabores de uma vida que só tem graça
Se for vivida passo a passo
E com um grande amor ao lado

sábado, 16 de julho de 2011

Como a gente faz agora?


Como a gente faz para parar de doer
O martírio da saudade de alguém que foi embora?
Como a gente faz para ter de volta aquele amor
Que a gente só sente uma vez na vida?

Como a gente faz para continuar
Sem medo de que essa saudade nunca passe?
Como a gente faz para consolar alguém que ficou
E que agora só tem como companhia lembranças e solidão?

Entre muitas outras coisas que não sei
Essas estão entre as que mais sufocam
Queria ser melhor, mais amiga
Mas, se não sei nem lidar com a minha dor
Como faço então para acalmar o coração
De quem também não se conforma?

Acho que sou uma filha ruim
E não sei bem como alterar isso
Esse entrave sempre existiu
E agora que ainda dá tempo de mudar
Continuo sem saber como fazer diferente

Estou cometendo os mesmos erros
Que antes tive a “sorte” de me redimir
E se agora eu não tiver o mesmo tempo de falar de amor?
Será que nunca vou conseguir ser gente o suficiente
Para ajudar e amar quem só tem a mim para continuar?

Não vou fingir que já consigo
Não sei bem o que acontece
Essa falta de paciência e resistência
São meus principais pecados dessa existência

Queria me dividir em duas
Porque não sei como dosar nada
Tenho que partir e ficar
Preciso continuar e formar meu lar
Mas, como fazer isso sem “abandonar”
Quem só tem a mim como referência?

Peço a Deus sabedoria e respostas
Suplico aos anjos um pouco de discernimento
Sofro tanto e só tenho a mim para culpar
Queria ter o mundo para jogar
Essa agonia que persegue todo tempo

Mãe, não tem um só dia
Que eu tenha passado sem pensar em você
Lembro dos seus ensinamentos
E peço perdão sempre
Por não ser tudo que você almejou para mim
Quando eu era ainda bem pequena e nem entendia

Eu sou só isso aqui que foi dando para conquistar
Desculpa se não consegui me superar
Continuo aqui cheia de defeitos, fraca
E sem conseguir cuida do pai
Mas, é que ninguém me avisou disso antes de você partir
Se não teria dito: não vai dar para superar

Agora não consigo aceitar
Que não tenho ninguém para cuidar de mim
E que tem alguém que precisa dos mesmos sacrifícios
Quem um dia você fez por todo amor que sentia por nós
Admito, simplesmente não consigo continuar seu legado

Dói, vai doer sempre
Vou me emocionar, chorar, sorrir, lamentar
Toda vez que lembrar de você
Mas, machuca muito mais ao pai
Porque foi ele quem perdeu a companheira de toda uma vida
E nem de longe ele sabe como superar isso

E agora como a gente faz para continuar?
Alguém me diga...
Terá uma fórmula mágica?
Só me resta pedir a Deus que coloque tudo no lugar
E que eu tenha tempo, que meu pai tenha tempo
De ver e presenciar tudo que você desejou para nossa família

Tudo vai dar certo não é?
Uma voz dentro de mim diz que sim
A sua força me faz acreditar
Sei que você me ouve, me vê e me guia
Então me diz como faz...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Balança


Sempre vivi brigando com você
Desde pequena que eu me lembre
Tenho medo às vezes até de chegar perto
Por isso passo tempos afastada
Na doce ilusão de que quando retornar
As coisas irão ser diferentes

Você quer mudar meus hábitos
Me dá cada susto
E me deixa depressiva quase toda vez que te visito
Não acho isso justo
Deixa eu viver em paz
Acho que seria mais feliz sem precisar de você

Raramente fazemos às pazes
E nesses momentos até me sinto bem contigo
Mas, isso requer muita disciplina
E sempre gostei de contrariar
Se não houver um desequilíbrio
Não é muito comigo

Agora estou pagando o preço
A maturidade foi chegando
Eu relaxando
Tudo aqui dentro ficando um pouco mais lento
Virando um tormento

Comecei a dar maiores intervalos de tempo
Sem te ver
Achando que isso iria resolver
Mas, só fez agravar
Quase acabo de enfartar
Ao te olhar

Será que não tem jeito da gente fazer um acordo?
Juro não mais te esnobar
Só quero que fique boazinha comigo
E reconheça meu esforço
Até prometo gostar de você
Mas, vamos lá, colabora comigo
Que você vai se orgulhar

A vida


Tô meio sem saco com a vida
Um tanto frustrada comigo
Sentindo falta de um monte de coisas
Que eram bastante corriqueiras

Sempre fui meio piegas em relação ao amor
Mas, descobri que ele só não me basta
Agora não sei mais do que preciso
Para acariciar o meu ego

São tantas coisas e não é nada
Quero amar sim, muito, sempre
Mas, também quero tomar café com os amigos
Sair sem rumo e sem destino
E ouvir o silêncio do meu coração

Acho que sou exigente demais
Quero tudo na mesma hora, junto
Aí me decepciono se algo vem isolado
Porque daí parece insuficiente, inconsistente

Preciso retomar minhas desbravanças
Fazer algo que dê sabor, cor
À visão da minha janela
Que não sabe se abre ou fecha

Suspeito que o problema é das expectativas
Que por serem nossas nunca serão cumpridas
Nem pelos príncipes
Muito menos pelos sapos

Suponho que essa mania de sempre querer mais
Me traz um pouco de sublimação
Estou em estado gasoso
Esperando a solidificação de todos os atos
Que me juraram fazer feliz de fato

Nesse momento quero mais é de mim mesma
Menos fantasia e mais realizações
Pois se problema é ponto de vista
Quero olhar para o outro lado

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tristeza e Alegria


Não entendo porque me sinto assim
Não sei muito bem o que sou
Porque tanta ansiedade e agonia?
Porque parecer tão sofrida e lânguida
Enquanto tenho tanto de coisas boas
E momentos de alegria?

Porque tanta dor de cabeça?
O que eu quero afinal?
Porque até quando tudo parece exato
O meu peito agoniza
E meu estômago reclama?

Eu confesso que não queria ser assim
Penso que deveria escrever mais sobre felicidade
Para que as pessoas não pensem
Que só de tristeza e inquietações vivo
Mas, perdoe
Não conheço muitas palavras bonitas
Para expressar o que sinto de mais sublime

Não me condene por isso
Aprendi a escrever em momento de dor
E as palavras foram minha melhor terapia
Por isso que ainda hoje me atrapalho em escritos
Que nem de longe formam poesias

Tenho uma constante mania de ver tudo pelo avesso
E presto menos atenção do que deveria
Ao que ganho todo dia
Nessa luta que sempre travei
com meu mais profundo (in) consciente

Eu tenho coerência sim
Sou forte e mais independente do que imaginei
Aprendi com a solidão
A tolerar-me e conhecer-me
Apesar disso tudo não me render muitos frutos

Agora minhas maiores batalhas
São com a minha insuficiente energia
E pouca vontade de correr atrás do que sempre quis
Para minha tenra vida oscilante e repleta de nostalgia

No fundo quero pouco
Mas, esse pouco parece muito
Para minha “falta” de fé e pessimismo
Que eu encontrei em alguma esquina
Que cruzou meu temperamento lunático
Com a inquietação de buscar sempre respostas
Para o que não merecia

Vou indo
Duvidando sempre daqueles que me chamam de poetisa
Porque só sei escrever sobre meus intervalos
Enquanto das dores do mundo e do belo
Eu continuo sem saber articular

Seguirei tentando desmitificar
Esse jogo de xadrez
Que sempre me dá cheque
Mas, não me mate
Sempre dá tempo de reconfigurar
E aperfeiçoar
O que se começou sem pensar...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sozinha


Hoje estou a fim de ficar sozinha
Estou tão bem
Com os meus pensamentos
Amor e nostalgia
Experimente! Uma dose de solidão
Vai bem com um monte de coisas
Que normalmente a gente não entenderia!

Segredo...


Ando sonhando acordada
Sorrindo à toa
Cantando alto
E sendo feliz na maioria dos dias

Eu tenho um segredo
Estou apaixonada
Mas, tenho que falar baixo
Para ninguém escutar

Eu ando acreditando no acaso
Na força transformadora do amor
Que faz vencer barreiras
E enlouquecer lucidamente

Eu paro no meio do trabalho
Para lembrar dos seus dedos passeando pelo meu cabelo
Do seu jeito torto de gostar
E do quanto me sinto em paz só de te abraçar

Estou amando tanto que nem sei falar
Fico boba só de pensar
Em teu sorriso de menino
E em cada momento que conquistei ao seu lado

É tudo tão diferente
Suave e intenso
Forte e tranqüilo
Doce e apimentado

Estou amando
Mas, não conta pra ninguém
Deixa isso em silêncio
Só aqui dentro do meu coração

A gente já encontrou um lugar
Bem perto um do outro
E isso basta
Para eu ser feliz e cantar

Lá, lá, lá
Ops! Vou parar!
Pode alguém escutar
Silêncio! Silêncio! Deixa só o coração pulsar!

Nostalgia


Tenho saudades de tudo que vivi
Dos momentos da escola
Do jogo de bola
E do intervalo

De declamar poesias
Tocar piano e fazer balé
Dos dias de sábado
Passeando pelo comércio na companhia de Mainha

Do primeiro beijo
E dos banhos de mangueira
Regados a confidências
De o início de uma adolescência no tempo certo

Das primeiras bebedeiras
Das muitas festas
E das resenhas do dia seguinte
Que sempre surpreendiam os menos sóbrios

Das risadas, choros e brigas
Dos muitos amigos
Que ficaram pelo caminho
E que fizeram toda a diferença

Dos banhos de rio
Acampamentos e viagens improvisadas
E dos motivos que a gente sempre arranjava
Para estarmos juntos

Dos tempos de faculdade
De morar sozinha
E de dividir experiências
Com pessoas que mal conhecia

De um monte de coisas
Que eu nem sabia que me lembraria um dia
E que agora fazem doer o peito
De tanta nostalgia

De sentar na porta
Brincar de esconde-esconde
Elástico
E Banco Imobiliário

De tomar sopa
Beterraba com mel
Biotônico Fontoura
E Emulsão Scott

Dos amigos que se tornaram irmãos
E não podem estar perto
Porque a vida sempre tem um rumo certo
Para aqueles que amam de coração

Até das decepções e desilusões
Que sempre rendiam conversas na madrugada
Alguns porres
E muitas músicas para marcar o que se sentia

Daquela solidão proposital
Que sempre colocou em ordem
Tudo que se passava aqui dentro
Mesmo que com o ‘delay’ tardio

De todos os lugares
De todas as paisagens
Que meus olhos e coração puderam guardar
Para uma hora dessas me fazerem lembrar como era bom sonhar

Dos amores, paixões e olhares
Dos incríveis momentos
Que me fazem lembrar
De como foi bom caminhar

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Outro lado


Acho que não sou muito normal mesmo não
Essa carinha de boa moça e de atitudes contidas
Às vezes não me enganam não
Vem de repente uma vontade de gritar
E jogar para o alto, para o chão
Tudo que eu tiver na mão
Sinto vontade de pular no pescoço
E esganar até faltar o ar
Eu não me suporto
Tenho pensamentos malévolos
Falo palavras obscenas
E subitamente tenho tendências destrutivas
O que eu quero casualmente
É fechar o quarto e mandar todos os meus pesadelos
Assustarem outro fracassado
Porque os meus pensamentos por hora já me assustam
Mais do que eu gostaria
Tenho medo de mim mesma
E desse bicho selvagem que tenta mostrar as garras
Quando estou mais vulnerável e mal humorada
Ah, e antes que eu me esqueça
Vá para o inferno
Que eu vou fumar um cigarro!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ah, se eu pudesse


Ah, seu eu pudesse
Tiraria toda dor do seu coração
Dissiparia todos os seus traumas
E os transformaria em aprendizado

Ah, se eu pudesse
Converteria tanta necessidade de solidão
Em busca pela companhia mais doce
E pela paz que nunca sonhou

Ah, se eu pudesse
Mostrava-lhe que é possível reconstruir caminhos
Que levam a outros lugares
Cheios de ternura e aconchego

Ah, se eu pudesse
Entraria no seu coração
Arrancava-lhe tudo que te traz rancor
E acrescentaria esperança

Ah, se eu pudesse
Te mostraria a vida de outra forma
Na qual errar faz parte do caminho
E o recomeço vem após a dor de cada da partida

Ah, se eu pudesse
Te provaria que é possível amar novamente
Mesmo que de uma forma diferente
E com mais calma e maestria

Ah, se eu pudesse
Entraria nos teus sonhos
Tornaria o paraíso real
E regaria os seus dias com felicidade

Ah, se eu pudesse
Tornaria seu fardo menos pesado
Para você ter a leveza de um pássaro
E a crença de um menino que ainda não perdeu nada

Ah, se eu pudesse
Mudaria tudo com o meu amor
E não deixaria mais um minuto
Você saber o que é dor ou solidão

Ah, se eu pudesse te encontraria agora
Pra dizer que amanhã tudo se renova
E que o passado deve ser usado apenas
Como conselheiro para que não repita os mesmos atos

Ah, se eu pudesse
Pintaria um universo colorido
Só pra ver seu sorriso
E tranqüilidade na sua alma

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Escuro


A noite está estranha
Mais escura do que o habitual
Minha rua não tem luz
As pessoas saem às portas
Em busca de algo
Que nem elas sabem onde deixaram
Talvez apenas para encontrar alguém
Com quem possam conversar

Não vejo a lua
Ela se esconde longe
Muito longe
E eu precisava tanto dela
Para desabafar minha alma
Para contar as vidas que se passam
Nesse lugar que há tanto vivo

Tenho medo desse silêncio
Não ouço nada
Apenas o som do meu instinto
Que teima em dizer
Apague a luz e descanse
Que a natureza trará um novo amanhecer

É que necessito de presenças
Não gosto de tanta escuridão
Meu pensamento já perambula desalinhado
E se não houver luz como há de ser então?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Coisas de sempre



Parece que tá tudo de cabeça pra baixo
Minha vida não possui linearidade
Tudo vai e volta
E volta e vai

Quando não é isso
É aquilo
Acho que não consigo
Dar lógica a tantos fatos
Desconexos e intrínsecos

Será que tudo tem que ser assim mesmo?
De repente nem me reconheço
Com tantos nós apertados
E uma velha mania
De sofrer no meio

Não quero mais isso
Cansei de pedir sempre o mesmo
E de enfadar tantas linhas
Com palavras repetidas

Pensei que eu tinha mudado
Mas, a leveza ainda não me sobrepôs
Nada de calmaria ou tranqüilidade
Não tenho mais unhas
E meu estômago não para de reclamar
De sofrer todas as angústias do mundo
Das muitas que só ocorrem no meu fértil pensar

Não queria ter essas intuições
Que geralmente acertam
Tudo que eu não queria tornar real
Nas minhas histórias dissimuladas

Eu não me agüento mais
Sinto falta dos meus amigos
Daquela paisagem que mostrava vidas passar
E de um tanto de malandragem que fazia tudo superar

Desejo que tudo seja diferente
Que tenha um final mais contente
E que eu possa pensar
Que valeu a pena tanto esperar

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tão fácil ser difícil


Eu só queria algo mais fácil
Que fosse simples e pronto
Sem muita indagação ou problema
Queria que a felicidade chegasse e fim
Se instalasse

Queria que durasse um pouco mais que dois momentos
Que fosse tranqüilo
Sem tantos defeitos e com muita paixão
Que não fizesse de bobo meu coração
Que acredita em tudo que vê e sente

Mesmo quando considerei todas as alternativas
Eu quis pra mim
Ganhei o que tanto pedi
Mas o chocolate parece muito mais amargo
Do que deveria
E eu só queria doces momentos que inebriam

Menino, você não percebe nada
Sem querer cobrar a conta
Mas, eu bem que eu merecia
Algodão doce e fadas madrinhas

E agora aparecem tantos medos
Que eu nem deveria encontrar
Estou com medo de acordar
Desse cochilo da tarde
Que me toma os dias
Já peço mais do que mereço
Mas, Ele entende meus desejos
Tão puros como água cristalina

Só queria que fosse simples
Esse resto de agonia
Deixa eu ser feliz em paz
Não me vem trazer mais receios da vida
Me protege e faz com que esse presente
Melhore como o de muita gente

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Apenas essa eu não escolhi


Lá vem eu de novo
Com minhas histórias de amor desvairadas
Mas, essa é diferente
Apenas essa eu não escolhi
Simplesmente despertou em mim
Algo que não esperava sentir

Tive muitas paixões
Que guardo todas em mim
E deixei marcas por onde passei
Só em você não consegui imprimir
Um pouco de mim

E esse não é apenas um capricho
De uma menina um tanto mimada
Que da vida talvez ainda não tenha entendido nada
É forte e verdadeiro
Muito além do meu desejo

Com você rompi minhas próprias barreiras
Acho que você foi meu divisor de águas
A maneira mais real de me tornar mulher
De ter minhas próprias decisões
Sem precisar ter alguém pra me aprovar nada

Eu simplesmente sinto
Não minto
E não quero te cobrar nada
Por mais que minha vontade seja diferente
Amor é coisa que não se pede

Mesmo sem saber você já me fez um bem enorme
Me trouxe momentos de felicidade
E muito de realidade
Que é coisa diferente
Do que já vivi com muita gente

Você só me deixa triste
Quando não me permite ficar perto
E eu nem quero tanto assim
Apenas cuidar de você e te fazer feliz
Você não tem culpa
Afinal nunca me prometeu proteção
É que o meu coração esqueceu
De entender essa parte

Mesmo que isso não dê em nada
Já estou feliz
De ter me superado
De ter acreditado em mim e lutado
Por esse sentimento
considerado por todos infundado

Fiz tudo que achei certo
E fiz por mim
Porque eu precisava
Só quero te dar essas palavras
Pra que entenda o que se passa aqui dentro

Não precisa me devolver nada
Apenas um sorriso
E a certeza de que vai lembrar de mim
Pelo menos quando ouvir aquela música
Que diz que você dá beijinho que passa
Ou recordar minha maneira envergonhada
De perguntar – “Quando você voltar de viagem, volta pra mim?”....

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Incompleta

Mesmo em meio à felicidade
Sinto um tanto de tristeza
Uma vontade de ter alguém
De ser amada...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010



Queria chorar
Mas, não consigo
As lágrimas não rolam na face
Mas, inundam o coração
Quero o meu perdão
Por não transbordar tudo que sinto

Eu não minto
Minha sofreguidão
É calada, contida
Entalada na garganta
Desejando um grito
Sempre sufocado
Por um ar que não respiro

É como eu digo
Não quero ser durona
Fria ou insensível
Essa é apenas a maneira
Que o meu inconsciente encontrou
De me resguardar da crítica do mundo
E principalmente do meu severo julgamento

Queria soltar o verbo
Chorar até soluçar
Olhando no espelho
Até ver minha alma aliviar
Mas, só consigo guardar
Tudo que eu tinha para te dar

Enquanto meus olhos não molham
Vou escrevendo versos
Para acalmar meu lamento
E através das palavras
Vou chorando todo o meu pranto
Que teima em não derramar

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

...


Cansada de ser tola
De acreditar nas pessoas
De ilusões mal acabadas
Não preciso de mais nada

Já tenho muitas mágoas
Feridas abertas
E coração dilacerado
Por tudo que me decepcionou de fato

Quero ter sempre fé
Em Deus, na vida, no amor
Mas, cada dia que passa
Eu lamento mais
Tantas lágrimas não choradas

Eu tento
Seguir em frente sem olhar o passado
Mas, o presente ...de grego
Fazem-me olhar para o futuro
Sem tanto entusiasmo

Quero ser gente
E não apenas fingir com obediência
Quero trocar palavras sinceras
Andar de mãos dadas
Acreditar que os meus sonhos podem ser reais

Tenho medo de perder o controle
Das minhas emoções
E desencadear uma série de reações
Equivalentes à minha balança desequilibrada

Minhas crises de carência agora são diárias
Meu humor muito mais inconstante
Minha pele demasiadamente seca
E os cabelos brancos se multiplicam rapidamente

Que medo de ser rabugenta
Amarga e auto-suficiente
Para isso tenho trabalhado o outro lado
Do meu mundo imaginário

Isso é prolixo e contraditório
Porque quero ser real
Quero sentir correndo nas veias
O calor equacional
Entre sorrisos e alegrias

Quero lançar-me de um precipício
Reinventar-me mais ingênua
Para ver se volto a acreditar nas pessoas
E em tantas palavras lançadas ao vento
Sem o mínimo de sentimento

Respeitem meu coração
Considerem meus sentimentos
Eu não quero mais só um momento
Quero a vida inteira
Quero todas as horas
Pra tentar ser feliz

Ó mundo
Alivia-me um segundo
Faz-me acreditar
Que ainda é possível amar
Sem sofrer tantos desencontros
Desencantos....

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

E eu que queria tão pouco da vida


E eu que queria tão pouco da vida
fui escolhendo atalhos
acabei tendo uma profissão não tão bem sucedida
não tive filhos
fui deixando alguns amigos de lado
e o amor nunca se concretizou de fato

E eu que queria tão pouco da vida
fui me mau dizendo por caminhos opostos
de coisas demoradas
e esperanças perdidas

E eu queria tão pouco da vida
fui tentando ser forte
deixando de dizer o que gritava meu norte
e engolindo sapos

E eu que queria tão pouco da vida
fui me achando boa demais
e acabei submissa a anseios que de longe desejo
não serem mais meus

E eu que queria tão pouco da vida
fui levada pelo vento
perdendo oportunidades
e catando papéis jogados de um prédio
bem mais alto do que calço

E eu que queria tão pouco da vida
fui submergindo
em sentimentos reprováveis
pensando ser por acaso
todos os fatos

E eu que queria tão pouco da vida
fui me cegando
para todo prazer
que pude ter

E eu que queria tão pouco da vida
fui duvidando da providência
e pedindo perdão por todas as dúvidas
que tive quanto a Ti

E eu que queria tão pouco da vida
fui querendo ter mais
para não me contentar com tanto menos
que a vida me ofereceu

E eu que queria tão pouco da vida
fui pedindo para os anjos
não verem tanto lamento


E eu que queria tão pouco da vida
fui desejando um pouco mais de amor
um bibelô
caixas de sapato contendo fotografias
um lugar que coubesse a mim
e os meus pés descalços

domingo, 18 de abril de 2010

Além de mim


Queria escrever sobre algo além de mim
mas, é que tenho um universo tão inacabado
de angústias, inseguranças, incertezas
que por si só já compõem tantas páginas

Quando deixo muitos espaços de tempo em branco
é porque a dor está submergida, sufocada
dentro de uma capa maltratada
por tantas esperanças dilaceradas

Tenho coisas boas sim
mas, repito
não sei exalar felicidade
ela quando vem logo se dissipa
em sonhos que ainda não construí

Meu egoísmo, orgulho e egocentrismo
não me deixam ir muito longe de mim
tento me doar
mas, logo retorno
procurando mais entendimentos
para uma vida inteira sem respostas

Já me tornei chata, repetitiva, sem graça
de tantos altos e baixos
idas e vindas
tentativas vãs de encontrar um caminho
que me leve para longe
muito longe
do lugar onde me encontro

Preciso me rever
talvez necessite ser mais enérgica
gritar além das palavras
já me escondi demais
em letras garrafais
que não soam nada

Preciso olhar pra frente
ver gente
que me acrescente
um pouco além de mim

Vou indo
não sei por quanto tempo
espero voltar pra contar
que aprendi a reparar
além de um palmo

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Página Virada



Virei a página da minha vida
Resolvi ser feliz
Entendi que a verdadeira mudança
Tem que ser de dentro pra fora
E que o maior esforço sempre tem que ser o nosso
Não adianta reclamar
E continuar a ser o que não gostamos
É preciso ir a luta
Enfrentar nossos próprios fantasmas
Às vezes é necessário ir ao fundo para emergir
É chegada hora de fechar ciclos
Concluir etapas
Jogar fora tudo que não presta
Agora só amo quem me ama
Só valorizo quem me valoriza
E só distribuo amor a quem merece
Sem mágoas
As águas do rio sempre se renovam
E trazem novas alegrias
Aprendi a confiar mais em mim
E tudo ficou mais bonito
Ouço até passarinhos cantando
Parei o tempo que precisava
Cuidei do meu jardim
E as rosas já estão florindo
Vamos andando
Ainda temos longos passos

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Espera


Ando cansada
coração batendo fraco
uma impaciência profunda
e descrente de tudo

Não é do meu gosto
mas, o meu rosto
não reflete mais felicidade
meus olhos já não brilham

Farta de tantos erros
de inúmeros atropelos
e de ninguém pra me ajudar a consertar
tudo que não sei mais juntar

Cheia de enganos
sem energia
rezando pra passar os dias
um pouco mais depressa

Só queria teu colo
teus conselhos
e escutar que tudo isso vai passar
meu Anjo me ajuda a recomeçar

Não tenho mais forças pra fingir não ver
tudo isso que me faz adoecer
são tantos desgostos
que não tenho mais como esconder

Tento fugir
mas, os esconderijos
já não me cabem mais
então tenho que ficar e esperar

Sozinha
cansada
nostálgica
apática

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

...


O que me faz sofrer
é a sua ausência
a saudade que sinto
que chega a me sufocar
o meu desejo de te amar
é mais forte do que os meus sentidos
maior do que cabe em mim

Não era nada pra ser assim
de você me deixar partir
era pra você me abraçar
e dizer que tudo isso iria passar
pois quando existe amor
sempre vale a pena tentar

Meus sonhos foram desaparecendo
como nuvens que se dispersam no ar
sumiram no céu
e só consigo pensar em anjos
que sei que não vão voltar

Acreditei na força do amor
na magia dos reencontros
na sabedoria do destino
na imensidão do mar
no poder da lua
e só me sobrou solidão

Jurei não mais sofrer
pensei que a vida tinha me ensinado a ser forte
mas, me vejo com um choro entalado na garganta
uma tristeza constante e nostálgica
pensamentos vagos
e uma vontade de gritar para ninguém ouvir

Você disse que estou no mesmo lugar
e tenho feito uma força enorme para acreditar
enquanto meu coração diz
que não tenho mais espaço

Agora só me resta esperar tudo isso passar
tentar ocupar-me de outras coisas
quem sabe até de mim
hoje alguém me disse
que é preciso se valorizar
para o amor próprio conquistar

Vou seguindo meu caminho
não dá pra parar
talvez o tempo seja amigo
e passe depressa

Só não sei o que faço com tanto amor
se sei que no fundo não quero te esquecer
só queria estar preparada para quando você voltar
mas, você partiu cedo demais
e nem respondeu se era um adeus
ou um até mais....

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

?


Tenho um coração profundamente magoado
uma alma marcada
e muitos pedaços para juntar
do silêncio das palavras não ditas
da verdade que nunca aparecera
e da indiferença a mim dirigida

Como pensar diferente
se não existem explicações
pedidos de desculpa
ou no mínimo confirmações
de que o amor é coisa não combinada

O vento, suave como a brisa
que me trouxe a primavera
e consigo o perfume das flores
virou um tufão
e me deixou apenas rastros de destruição

Pobre de mim que acreditei no tempo
que pedi a lua
um pouco mais de amanhecer
que vi o sol se pôr
e sonhei com um pouco mais de amor

Isso não é coisa pra mim
não quero mais tanta dor
me deixa sofrimento
vai assombrar outro desavisado
que nem se quer se preparou
para mais um dissabor

Vou ver o que me sobrou
desse castelo que desmoronou
deixando feridas abertas
e nenhuma resposta

É que nunca vi flores tão belas
morrerem assim
não sei se foi falta de luz ou liberdade
mas, sei que dei o melhor de mim
tentei regá-las
mas, foram afogadas
eu nem vi nada
e choro sem saber porque as levaram

Sossega coração
vamos cuidar do nosso jardim
quem sabe um dia as rosas renasçam
o sol volte a brilhar
e eu consiga admirar de novo a lua